Em Outobro
nós começamos um grupo de fotografia para as crianças aqui na Casa Luzeiro com uma voluntaria alemã que veio especialmente para isso. Por muito tempo planejamos e nos organizamos
através de emails para que isso se tonasse possivel.
Parecia
que tudo ia dar certo mesmo. Afinal tinhamos o espaço, ela tinha as cameras e o
diploma e eu iria ajudar a traduzir e de quebra ajudar a lidar com as crianças.
Contudo,
haviam algumas coisas que eu temia:
quem iria participar? será que essas
crianças iriam mesmo ser fiéis ao curso? e se no final das contas elas tinham
ou não um interesse real em fotografia?
Chamamos
varias crianças pra parcitipar e ainda fomos até as casas de algumas que
sabiamos que estavam interessadas. Muitos meninos e meninas protamente falaram
que queriam participar.
Claro
que depois de alguns anos de experiencia eu sabia que nem todas as criancas
iriam vir. Sabia tambem que corriamos o risco de nenhuma crianca aparecer no
dia, e isso me dava um frio na barriga que logo passou, pois no dia de começar,
8 criancas aparecerem e na semana seguinte mais duas. 10 era mesmo o numero que
queriamos de participantes.
Dava pra
ver desde de os primeiros dias que a maioria estava ali realmente interessado em
participar e que seriam fieis ao grupo.
Porem um
menino me chamou atenção, Vitor. Eu já o conhecia a muito tempo e me lembro bem
de quando aquele garoto agora adolescente, forte e alto, e bem desengonçado, era
apenas um mulequinho andando de bicicleta pela rua e jogando bolinha de gude
pelas calcadas de areia da comunidade.
Muito
ativo, e com a capacidade de prestar
atenção muito pequena, eu tinha que chamar a atenção dele varias vezes durante
as aulas. Dentro de mim eu estava duvidando se ele realmente queria participar
daquele curso ou não. Mas, ele sempre estava ali.
Passadas
duas semanas caminhando pela rua, encontrei a mae (na verdade a avó que o cria). No rosto enrrugado muitas vezes carrancuda e severa, estava um sorriso
que saia natural de seus finos labios e empurava as bochechas agora ainda mais
enrrugadas do que antes para com os olhos que não mais se davam pra ver, tanta
era a alegria dela.
Ela veio
em minha direção e falou: “A professora do Vitor me chamou na escola, e eu logo
pensei que era porque ele tinha aprontado de novo. Mas, quando eu fui lá, ela
elogiou muito o Vitor, dizendo o quanto ele tinha melhorado nas ultimas
semanas.”
Com
muito orgulho do rapaz ela se repetia como uma boa velha senhora deve fazer, e
foi embora muito feliz.
Fiquei
muito encorajado naquele dia, afinal é raro termos retornos tão rapidos do
trabalho fazemos aqui no cafezal. As
vezes demora anos pra algo assim acontecer. E aquele era um testemunho de algo
real acontecendo na vida daquele rapaz, que a propria mãe estava vendo se
desenvolver na frente dela.
Espero
que o Espirito Santo do Senhor continue nos surpreendendo assim, e que possamos
ouvir mais mães, pais e avós nos contarem os testemunhos de transformação na
vida des seus filhos.
Escrito por: Luiz Felipe Matias
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