terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fotografia pra Transformação


Em Outobro nós começamos um grupo de fotografia para as crianças aqui na Casa Luzeiro com uma voluntaria alemã que veio especialmente para isso. Por muito tempo planejamos e nos organizamos através de emails para que isso se tonasse possivel.
Parecia que tudo ia dar certo mesmo. Afinal tinhamos o espaço, ela tinha as cameras e o diploma e eu iria ajudar a traduzir e de quebra ajudar a lidar com as crianças.

Contudo, haviam algumas coisas que eu temia:
quem iria participar? será que essas crianças iriam mesmo ser fiéis ao curso? e se no final das contas elas tinham ou não um interesse real em fotografia?
Chamamos varias crianças pra parcitipar e ainda fomos até as casas de algumas que sabiamos que estavam interessadas. Muitos meninos e meninas protamente falaram que queriam participar.

 
 
Claro que depois de alguns anos de experiencia eu sabia que nem todas as criancas iriam vir. Sabia tambem que corriamos o risco de nenhuma crianca aparecer no dia, e isso me dava um frio na barriga que logo passou, pois no dia de começar, 8 criancas aparecerem e na semana seguinte mais duas. 10 era mesmo o numero que queriamos de participantes.
  
Dava pra ver desde de os primeiros dias que a maioria estava ali realmente interessado em participar e que seriam fieis ao grupo.
 
 
Porem um menino me chamou atenção, Vitor. Eu já o conhecia a muito tempo e me lembro bem de quando aquele garoto agora adolescente, forte e alto, e bem desengonçado, era apenas um mulequinho andando de bicicleta pela rua e jogando bolinha de gude pelas calcadas de areia da comunidade.
 
Muito ativo,  e com a capacidade de prestar atenção muito pequena, eu tinha que chamar a atenção dele varias vezes durante as aulas. Dentro de mim eu estava duvidando se ele realmente queria participar daquele curso ou não. Mas, ele sempre estava ali.



 
Passadas duas semanas caminhando pela rua, encontrei a mae (na verdade a avó que o cria). No rosto enrrugado muitas vezes carrancuda e severa, estava um sorriso que saia natural de seus finos labios e empurava as bochechas agora ainda mais enrrugadas do que antes para com os olhos que não mais se davam pra ver, tanta era a alegria dela.
 
Ela veio em minha direção e falou: “A professora do Vitor me chamou na escola, e eu logo pensei que era porque ele tinha aprontado de novo. Mas, quando eu fui lá, ela elogiou muito o Vitor, dizendo o quanto ele tinha melhorado nas ultimas semanas.”
Com muito orgulho do rapaz ela se repetia como uma boa velha senhora deve fazer, e foi embora muito feliz.
 
 
 
Fiquei muito encorajado naquele dia, afinal é raro termos retornos tão rapidos do trabalho fazemos  aqui no cafezal. As vezes demora anos pra algo assim acontecer. E aquele era um testemunho de algo real acontecendo na vida daquele rapaz, que a propria mãe estava vendo se desenvolver na frente dela.

Espero que o Espirito Santo do Senhor continue nos surpreendendo assim, e que possamos ouvir mais mães, pais e avós nos contarem os testemunhos de transformação na vida des seus filhos.


 
Escrito por: Luiz Felipe Matias

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